Universidade como patrimônio público

6 de fevereiro de 2020

Dentre as atividades da IV JURA (Jornadas Universitária de Apoio à Reforma Agrária), realizada em abril na ESALQ/USP, estava a OFICINA LONA PRETA, que teve o objetivo de criar um espaço de diálogo entre militantes e assentados do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e alunos, professores e funcionários da ESALQ. Na oficina foi feita a montagem de uma barraca de lona preta, similar àquelas usadas nos acampamentos, leitura de uma peça teatral (Mutirão em Novo Sol, que aborda os conflitos no campo) e um bate papo sobre a organização e condições de vida nos assentamentos e acampamentos do MST.

Após a realização da oficina, foi aberta uma sindicância dentro da ESALQ para apurar responsabilidades pela sua execução. Essa sindicância foi fruto de uma comoção gerada por uma NOTÍCIA FALSA, de que o MST estaria promovendo uma invasão ao campus. Esse vídeo mostra o que foi a oficina e o contexto em que foi realizada.

O objetivo da JURA e suas atividades é promover a reflexão, o debate e o comprometimento das Universidades com a questão agrária. O Brasil possui os maiores latifúndios do mundo. A concentração de terras nas mãos de poucos é causa de fome, desigualdade social, violência, degradação ambiental, poluição, migração, impactando, inclusive, a vida nas cidades. É dever da ciência se comprometer com a resolução dessas questões, para as quais apenas o investimento em inovação tecnológica não é suficiente.

A JURA ocorre todos os anos em diversas universidades e institutos federais de todo o país, como ação coletiva de grupos de pesquisa e extensão. O evento desse ano na ESALQ foi organizado por mais de 20 grupos da universidade e da sociedade civil.

No dia 28/11, foi realizada uma mesa redonda na ESALQ com o objetivo de expressar para toda a sociedade a importância do efetivo compromisso da Universidade com todas as demandas sociais por geração de trabalho e renda, educação e alimentos saudáveis, bem como, com todas as modalidades de agricultura e agricultores (as) que fazem a grandeza deste país. Assista à íntegra da mesa redonda no vídeo abaixo:

“A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une.” Milton Santos