1ª carta aberta – Pandemia COVID-19

20 de maio de 2020

Para setembro (25 a 27) de 2020, junto da primavera, teremos o “II Simpósio de Educação Ambiental e Transição para Sociedades Sustentáveis” com foco em municípios que educam para sustentabilidade. 

 Nestes tempos incertos, também é incerto o formato de realização deste evento. Esperamos que seja um encontro para nos abraçarmos sem riscos, refletirmos, conversarmos e agirmos coletivamente e presencialmente.

 Mas, sabemos que pode ser que não seja uma realidade, por isso, é importante dizer que a comissão organizadora está trabalhando com muito empenho para organizar as melhores estratégias diante dos diversos possíveis cenários.

 Se necessário, iremos contar com as ferramentas de comunicação à distância, criando momentos para dialogarmos sobre a crise da pandemia; as próximas crises ambientais graves já previstas e tão exploradas cientificamente e sobre as oportunidades de co-criar com maior senso de urgência a transição para sociedades mais sustentáveis a partir de municípios que educam para a sustentabilidade.

Essa transição, que temos falado faz algum tempo, já está em curso. É este “estar entre” dois momentos dos indivíduos e das sociedades. Já temos exemplos, iniciativas, projetos, políticas que apontam para um período de mais equilíbrio, respeito, vida, participação, diálogo, paz, bem viver, mas é fato que precisamos de muito, muito mais transformações articuladas. Cabe-nos cada vez mais anunciar a falência dos sistemas econômicos, dos modos de vida, do que se privilegia no mundo das sociedades capitalistas ou do mundo do “homem branco” e construir de uma vez por todas essa ponte de ação solidária e esperança que sustente a transição do modo de pensar, do estilo de vida e do modo de agir e educar. Apesar de toda a dor do momento, estamos diante de uma grande oportunidade.

O contexto do Coronavírus já deixou, nestes poucos meses desde sua aparição, ainda mais nítida a fragilidade de nossa estrutura social, de um sistema econômico que serve para poucos, e instaurou diversos medos: o da morte, o da perda, o do transformar a vida e o medo real da escassez. Ao mesmo tempo, surgem lampejos de esperança de que as coisas sigam por outros caminhos e que haja um “abrir mão coletivo” do que não é necessário, de que deixemos ir aquele passado decadente e que de uma vez por todas possamos nos conectar em redes de solidariedade.

 Diante disso, o que pode nascer deste encontro, seja ele virtual ou presencial?

 Almejamos que este evento promova entre nós atuantes e aspirantes na transição uma qualidade de encontro diferente, com mais propósito para fortalecer esses vínculos comunais, essa rede de apoio para co-criar e implementar estratégias de transição para sociedades sustentáveis flexíveis e adaptáveis; para desenvolver, aprimorar e inaugurar nos indivíduos, grupos e coletivos a solidariedade e a compaixão na prática; aproveitar a sacudida desta crise para poder lidar de forma madura com ela e seus desdobramentos, bem como nos preparar para possíveis outras.

 Escrevemos essa carta a fim de evidenciar que este evento irá acompanhar as nuances desta conjuntura fluída e que todas as pessoas envolvidas estão dispostas a entregar um bom evento, proporcionando bons encontros, trocas e reflexões.

 Não deixe de acompanhar as notícias nas redes sociais e no site, será muito importante estarmos juntos!

 Se cuidem,

Abraços,

Comissão Organizadora